14/09/2010 - Começou a 30ª temporada reprodutiva de tartarugas marinhas, sob a proteção do Tamar. Até o fim desse periodo 2010/2011, em março próximo, devem ser protegidas mais de 19 mil desovas e liberados ao mar cerca de 1,5 milhão de filhotes. Leia mais. ↓
Começou este mês a 30ª temporada reprodutiva de tartarugas marinhas sob a proteção do Projeto Tamar/ICMBio na costa brasileira. Estima-se que, até março próximo, quando termina o período 2010/2011, sejam protegidas mais de 19 mil desovas e liberados ao mar cerca de 1,5 milhão de filhotes das cinco espécies que ocorrem no Brasil: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea). Cerca de 1.300 pessoas, entre técnicos, estagiários, pescadores e agentes locais estão envolvidos diretamente nas atividades de proteção às tartarugas marinhas na costa brasileira.
As 15 bases de proteção e pesquisa instaladas no continente devem monitorar mais de 700km de praias, espalhados por cinco Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. As outras três bases de proteção às áreas de desova mantidas pelo Tamar ficam nas ilhas oceânicas, onde a temporada de reprodução começa só no inicio de dezembro.
Durante a temporada, realiza-se monitoramento diurno para localização e marcação dos ninhos que ficam in situ (no local original de postura pela fêmea); se necessário, as desovas são transferidas para locais seguros (outro trecho de praia ou para cercados de incubação situados nas bases do Tamar e expostos a sol e chuva plenos). Mas, graças ao trabalho de sensibilização, educação ambiental e de inclusão social desenvolvidos pelo Tamar junto às comunidades locais e turistas, cerca de 70% dos ninhos permanecem in situ.
As equipes do Tamar também realizam monitoramento noturno, visando o flagrante de fêmeas em processo de desova, o que só acontece à noite. As fêmeas flagradas são medidas e recebem duas marcas metálicas nas nadadeiras dianteiras, com numeração única, que permite identificar aquele indivíduo daí em diante. Também se coleta um pequeno pedaço de pele de alguns animais, para estudos genéticos. Após o nascimento, os ninhos são escavados para coleta e análise de dados relativos a tempo de incubação, taxa de eclosão e espécie, dentre outros.
Todas as informações obtidas nas atividades de campo são armazenadas em planilhas específicas e inseridas no Sitamar-Sistema de Informações sobre Tartarugas Marinhas. Estão disponíveis para os estudos em desenvolvimento, publicações científicas periódicas, atualização do estado de conservação destas espécies e comprovação da eficácia e eficiência dos métodos e estratégias de manejo e conservação utilizadas. Os indicadores de eficiência, desenvolvidos e implementados com êxito nas temporadas reprodutivas anteriores, foram atualizados e continuarão em uso pelas bases.
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