28/04/2017 - Cooperação internacional no ISTS 2017. Leia mais. ↓
O 37º Simpósio Internacional de Biologia e Conservação das Tartarugas Marinhas, organizado pela International Sea Turtle Society (ISTS), foi realizado entre os dias 15 e 20 de abril, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O tema deste ano foi Mudanças Climáticas, destacando uma das principais ameaças à sobrevivência das tartarugas marinhas no mundo. Como o sexo dos filhotes é definido pela temperatura da areia onde está o ninho, as mudanças para mais ou para menos poderão afetar as populações dessas espécies no futuro. O TAMAR apresentou trabalhos sobre Mudanças climáticas, Captura incidental pela pesca, Migração e Hibridismo.
O TAMAR apresentou estudos orais e na forma de pôsteres com a colaboração de pesquisadores de várias instituições parceiras. 'The effects of a changing climate on embryonic growth, sex ratio and nesting phenologhy: a case study with loggerheads in Brazil', Universidade Estadual da Flórida. 'First satellite tracks on South Atlantic sea turtle "lost years": Trans-equatorial and seasonal implications for population connectivity', em colaboração com a Universidade Central da Flórida. 'Are hybrids here to stay? Reproductive output of hybrid sea turtles and parental species', em colaboração com a Universidade da Flórida. 'Multiple threats analysis for loggerhead turtles in the southwest atlantic', uma parceria entre NOAA, Universidade da Flórida, TAMAR, Karumbé, NEMA e Prictma.
'Physiological disturbances associated with sea turtle bycatch in southern Brazil: preliminary results', 'Fishery as an administrative unit: implications for sea turtle conservation' e 'Captura incidental de tartarugas marinhas na pesca de espinhel pelágico no Brasil' foram trabalhos apresentados por pesquisadores do TAMAR.
A programação incluiu os encontros regionais como o da RETOMALA (Reunión de Especialistas sobre Tortugas Marinas en Latinoamérica) e do MTSG (Marine Turtle Specialist Group), além de diferentes workshops. Em reunião da IUCN (International Union for Conservation of Nature), assumiram novos membros e foram discutidos termos de referência e relatórios anuais. O Analista Ambiental do Centro Tamar/ICMBio, Joca Thomé, a Coordenadora de Conservação e Pesquisa do TAMAR, Neca Marcovaldi, e o Coordenador da Karumbé, Alejandro Falabrino, serão os Vice-presidentes para o Atlântico Sudoeste.
Em reunião da SASTN (rede de trabalho para a conservação das tartarugas marinhas do Atlântico sul) houve apresentação e discussão dos trabalhos de análise de matriz de ameaças para a tartaruga-cabeçuda e a tartaruga-de-couro. Para a coordenadora do TAMAR, “a participação no ISTS neste ano foi essencial para manter os elos de confiança e apoio mútuo com os pesquisadores e instituições do mundo que estudam e protegem as tartarugas marinhas e para que as ações de conservação sejam eficientes”.
O simpósio contou com representantes de mais de 50 países entre estudantes, pesquisadores e conservacionistas. O TAMAR contribuiu com o levantamento de fundos para o próximo evento (que será realizado no Japão, em 2018), com a doação de diversos itens vendidos nas suas lojas. Camisetas, bonés, toalhas e outros artigos confeccionados pelos grupos de artesanato, bordado e renda, membros das comunidades do entorno das bases de pesquisa e conservação. Os recursos levantados com os itens doados vão compor bolsas de auxílio financeiro para estudantes, que viabilizem sua participação no próximo ISTS.
O Projeto TAMAR começou nos anos 80 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
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