21/12/2017 - Após três anos de sua criação, a Rede Jaboti Assobiador vem produzindo seus frutos. Leia mais ↓
Após três anos de sua criação, a Rede Jaboti Assobiador vem produzindo seus frutos. As tartarugas marinhas que encalham na região da Grande Fortaleza têm seu resgate efetuado graças à atuação da Rede que utiliza a ferramenta WhatsApp como aliada nessa composição.
A Rede Jaboti Assobiador foi criada a partir de Ciclos de Palestras promovidos pelo TAMAR em Almofala-CE, que envolveram instituições governamentais das esferas estadual, municipal, federal, autarquias, ONGs e Universidades Federal e Estadual do Ceará, além da Comissão Ilha Ativa do Piauí. Os ciclos abordaram temas como conservação das tartarugas marinhas, procedimentos de resgate, curso de necropsia e discussões sobre a função de cada instituição na Rede.
“É gratificante ver como um pequeno movimento provoca grandes transformações nas pessoas e instituições”, diz Eduardo Lima, Coordenador do TAMAR Ceará. As tartarugas encalhadas vivas ou mortas agora são transportadas até o CETAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA para os devidos cuidados. Os animais mortos são levados para a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual, que possui licença do SISbio para resgates e necropsias. Os animais vivos são tratados e liberados ao mar. Alguns são transportados para o TAMAR Almofala, com o apoio da autarquia Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, que assim ajuda no trabalho de sensibilização com a comunidade, quando é realizada a soltura.
Segundo Alberto Klefasz, Analista Ambiental do IBAMA, “Com a organização da Rede, percebemos um incremento no número de animais resgatados que chegam até o CETAS via parceiros como Batalhão da Policia Ambiental, GTAR - Verde Luz entre outros”. Somente em 2017 cerca de 20 tartarugas foram entregues para a devida destinação. “Isso mostra uma mobilização do grupo para ajudar na proteção das tartarugas marinhas”, completou Klefasz.
“Acho importante a existência da Rede, especialmente por promover a troca de informações e logística, porém é importante um maior contato do grupo com encontros semestrais” diz Prof. Dr. Renato César, Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal e coordenador do Projeto Interpesca, que atua em diversas pesquisas com conservação de tartarugas marinhas. O projeto conta com 30 membros da comunidade acadêmica entre alunos, professores e técnicos. “Entre 2016 e 2017 o grupo realizou 60 monitoramentos de praias, registrou 39 encalhes de tartarugas marinhas, monitorou 3 ninhos, além de ter publicado 29 trabalhos com a tartaruga marinha como tema em encontros universitários e congressos”, comenta o Professor.
Outro grupo que surgiu para apoiar os trabalhos com tartarugas marinhas na área da grande Fortaleza foi o GTAR, um dos projetos do Instituto Verdeluz, que em 2017 viabilizou o transporte de 6 tartarugas encalhadas nas praias de Fortaleza para o CETAS, além de realizar necropsias para identificação da causa mortis em indivíduos encalhados, através da parceria com os laboratórios de Anatomia e Patologia e Medicina Legal Veterinária da Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará. “Hoje além de resgates de animais vivos ou mortos, realizamos atividades de educação ambiental e atuamos também em praias onde ocorrem desovas de tartarugas marinhas, protegendo ninhos e filhotes”, conta Rodrigo Rabelo, membro do GTAR-Verdeluz.
Em 2018, o TAMAR continua o processo de acompanhamento, orientação e apoio institucional à Rede Jaboti Assobiador. “Estamos programando novos ciclos de palestras em 2018 para avaliarmos o que tem sido feito e definirmos novas ações na área da Grande Fortaleza”, complementa o coordenador do TAMAR Ceará.
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