08/08/2019 - As praias baianas e sergipanas registram desovas de quatro espécies e, juntas, formam a mais importante área de reprodução da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea). ↓
Das sete espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo, cinco ocorrem no Brasil. Tartarugas em diferentes fases de vida, de jovens a adultas, são protegidas nas 26 estações estrategicamente implantadas pelo Tamar. Elas se estendem do litoral de Santa Catarina até o Ceará. As praias baianas e sergipanas registram desovas de quatro espécies e, juntas, formam a mais importante área de reprodução da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea).
No passado, essas populações estavam criticamente ameaçadas. Em algumas praias a coleta de desovas era tão intensa que poucas restavam para gerar filhotes. Nesta condição, uma pequena quantidade de tartarugas tornava-se adulta em um sinal claro de interrupção do ciclo de vida e consequente desequilíbrio das populações. Felizmente, após décadas de ações contínuas de conservação, todas as populações de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil estão apresentando sinais de recuperação.
Algumas espécies com índices mais modestos (mas nem por isso menos importantes) e outras com resultados mais animadores. Este é o caso da tartaruga-oliva (conhecida também como “oliva” ou “lepi”). Mesmo com uma reduzida área de reprodução, já pode ser considerada a espécie mais abundante das praias brasileiras. Este aumento do número de desovas está associado ao crescimento do número de tartarugas fêmeas adultas que foram sendo recrutadas ao longo dos anos. Outro importante resultado está associado à reocupação de algumas áreas. Algumas praias da Bahia que ainda não tinham sido associadas à preferência das olivas, hoje registram desovas em maiores proporções. E por fim, além do aumento e da reocupação, as olivas também expandiram o período de reprodução. Desovas que antigamente eram registradas apenas entre quatro e seis meses já são observadas ao longo de todos os meses do ano.
Infelizmente existem, na atualidade, outras ameaças. A pesca costeira de arrasto de camarão é a principal causa da mortalidade de olivas adultas (machos e fêmeas) nas praias de reprodução por exemplo. Mas o Tamar segue priorizando ações que possam reduzir as capturas incidentais e mortalidade e, por isso, é sempre válido comemorar os resultados já alcançados.
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